terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Posse de Barack Obama alimenta polêmica religiosa

Criticado em sua campanha presidencial por declarações antibrancos de seu então pastor, Jeremiah Wright, Barack Obama está cercado de controvérsia religiosa para sua posse. Diferentes grupos criticam presença de pastor ultraconservador, bispo gay e líder islâmica com suposto elo com Hamas.

Para sermões da série de eventos, escolheu um bispo gay, um pastor de ultradireita e também uma líder muçulmana que procuradores dizem ser ligada ao grupo extremista palestino Hamas.
Rick Warren, pastor direitista que é líder da megaigreja Saddleback, baseada em Lake Forest, Califórnia, fará seu culto hoje. Ele atraiu protestos de militantes gays no final de semana por ser, ao contrário de Obama, contra os direitos civis para casais homossexuais.
Considerado por muitos o mais influente pastor americano, Warren já se envolveu em escândalos como quando foi acusado de sonegar imposto de renda com a conivência de congressistas.
Para acalmar os ânimos progressistas, Obama escalou Gene Robinson, bispo gay cuja ordenação culminou num cisma da Igreja Episcopal dos EUA, para fazer uma prece no show de anteontem, que reuniu celebridades da música e do cinema diante do Memorial Lincoln.
O canal de TV a cabo HBO, que transmitia o evento, não levou ao ar o áudio de seu discurso. Argumentou problemas técnicos, mas o fato despertou na blogosfera especulações sobre censura.
Outro nome que atraiu polêmica é o de Ingrid Mattson, presidente da Associação Islâmica da América do Norte, que participará da tradicional prece ecumênica na Catedral Nacional de Washington, amanhã, ao lado de representantes judeu, hindu, católico, protestante e cristão ortodoxo.
Em 2007, procuradores do Texas disseram ter encontrado ligações entre Ingrid e o Hamas, que os EUA consideram uma organização terrorista.
Diante das críticas, assessores de Obama saíram em defesa pública de Ingrid, que nega a ligação com o grupo.
Juramento entre os religiosos, Warren é o único que participa do principal evento da posse: o juramento, no Capitólio, quando Obama de fato se tornará o presidente dos EUA.
Logo após o vice Joe Biden ter feito o mesmo, Obama colocará a mão direita sobre uma Bíblia -o volume usado nesta posse pertenceu a Abraham Lincoln- e prometerá fazer todo o esforço para "preservar, proteger e defender a Constituição dos Estados Unidos".
O texto-base é pré-escrito e não pode ser mudado, mas alguns presidentes acrescentam no final a evocação: "Então me ajude, Deus". A frase, proferida pela primeira vez por George Washington, atrai protestos de grupos ateus, que ressaltam o caráter laico do Estado.
A cerimônia terá ainda leitura de um poema por Elizabeth Alexander e apresentação da cantora Aretha Franklin.
Por volta das 12h (15h em Brasília), Obama fará um discurso de 17 minutos no palco armado diante do Capitólio.
A expectativa de público está em queda livre desde que a Prefeitura de Washington previu, há algumas semanas, que 5 milhões de visitantes lotariam a cidade, de 600 mil moradores.
Após revisar a estimativa para a metade, agora as autoridades locais dizem que, após tantos alertas para o risco de superlotação e frio abaixo de 0C, os visitantes podem não chegar a 2 milhões. Se passarem de 1,2 milhão, já será a posse com mais gente em todos os tempos.Depois de almoço no Capitólio, Obama segue em um desfile pela avenida Pensilvânia até a Casa Branca. O passeio, testemunhado pelo público em arquibancadas, terá cerca de 12 mil pessoas marchando, 217 cavalos, 10 bandas de faculdade.
À noite, haverá dez bailes de gala oficiais -em geral, cada um celebra uma porção de Estados americanos. O casal Obama comparecerá a todos.

Fonte: Folha de São Paulo

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