sexta-feira, 15 de junho de 2012

Jean Wyllys diz que bancada evangélica atua perseguindo homossexuais e religiões africanas


O deputado federal Jean Wyllys (PSol-RJ) concedeu uma entrevista ao jornal Correio Braziliense em que fala sobre seus confrontos com a Frente Parlamentar Evangélica. Estes se dão principalmente nas discussões sobre o projeto que criminaliza a homofobia (PLC 122) e sobre a proposta de emenda à Constituição (PEC) que institui o casamento civil de pessoas do mesmo sexo.
Wyllys afirmou que a bancada evangélica trabalha para perseguir não só os homossexuais, mas também as religiões minoritárias, de raiz africana. “Eu não quero isso para o Brasil. Nós conquistamos a democracia a muito custo, e eu não quero deixar que essa gente ameace a nossa Constituição Cidadã”.
Ressaltando que “não é inimigo dos evangélicos”, ele acrescenta que “o movimento LGBT é inimigo dos fundamentalistas evangélicos”, diz, associando os parlamentares cristãos a religiosos ‘fundamentalistas’, mas ressalvando que existem exceções a essa ‘regra’.
Segundo a matéria da publicação da capital federal, o deputado tem boa disposição para a briga e conseguiu se posicionar em boa parte das polêmicas da casa. “A política é o espaço para o enfrentamento”, confirma o deputado pró-LGBT.
Jean Wyllys disse que fez parte da pastoral da Igreja Católica, mas aos 16 anos se afastou em virtude de sua sexualidade, quando assumiu ser gay.
Participante da edição de 2005 do reality show Big Brother Brasil, ele disse que sua vida ficou muito exposta a partir do programa veiculado pela TV Globo. Apesar de tentar fugir do universo das celebridades, Heloísa Helena, presidente nacional do PSol, o convidou para entrar na vida política.
“Uma amiga nos apresentou e falou que eu tinha de aproveitar o capital de popularidade (…) Relutei durante um tempo (…) mas deu tudo certo”, revelou.
Dizendo atuar na experiência nova de expandir a pauta dos direitos humanos para conter as reivindicações da comunidade homossexual, ele acha que as chances de a PLC 122 ser aprovada são pequenas, pois ela implica em limitar a liberdade de expressão. Para ele, as chances do projeto ser aprovado é menor do que a PEC do casamento civil entre homossexuais.
Segundo o militante das causas pró-homossexuais, a questão é uma pauta crucial da democracia. “Aqui no Brasil as pessoas tentam minimizar essa pauta como se fosse uma coisa de veado. Não é, é da sociedade”, opina.
Wyllys ainda não se decidiu se irá se candidatar a novos cargos políticos e diz que apesar de sua bandeiras não trazerem votos, ele se sente útil e não tem medo de não ser reeleito.

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