segunda-feira, 15 de setembro de 2014

'Sexo e nega' nem estreou e já tem 11 denuncias de racismo. Entenda o caso.

Negra, doutora, e bem esclarecida, a Dra Ludmila Cruz  posta um vídeo no YouTube criticando a Rede Globo e mostrando que a TV, como formadora de opiniões, é racista e preconceituosa. 
Segundo a Dra Ludmila, as crianças negras crescem sem ver uma referencia de uma negra promotora, juíza, defensora ou mesmo uma negra médica. Eu não consigo imaginar uma mulher linda como a Cris Viana (Atriz) como uma empregada doméstica em nenhum lugar do mundo, só nas novelinhas, diz a doutora. 

A rede Globo ainda nem lançou a série "Sexo e Negas" e já tem mais de 11 denuncias sobre racismo. Corre o risco de não ir para o ar.

Veja o vídeo!  




Miguel Falabela se defende.

Na internet, o autor escreveu: "Eu não gosto de polemizar, porque geralmente estou seguro daquilo que faço, mas às vezes o silêncio pode se voltar contra nós. Está havendo uma polêmica, aparentemente, sobre Sexo e as Negas. Vamos a ela, então! Comecemos com a gênese do programa: Estávamos nós, há alguns anos, numa feijoada, na Cidade Alta de Cordovil. Karin Hils estava comigo. E havia uma negra maravilhosa, montada, curvilínea e muito sexy, que me disse que cada vez que botava cabelo, dormia três dias "no pique-esconde" (eu usei isso em Pé na Cova). Daí, já não me lembro mais porquê, a conversa descambou e acabamos em Sex and the City, porque algumas pessoas da festa eram fãs do programa. Eu disse: "A gente bem que podia fazer um 'Sex and the City' aqui na Cidade Alta... "Sexo e as Negas" gritou a negra deslumbrante, substituindo o S do artigo pelo R, como é usual no falar carioca. Todo mundo teve um acesso de riso e eu fiquei com aquilo na cabeça."

Miguel  lembrou que está na profissão há muitos anos e que nesse tempo fez grandes amizades. O ator e escritor disse também que dói ver a luta de seus colegas negros na profissão. "As oportunidades são reduzidas, não trabalham sempre e, sem exercício, não há aprendizado, como sabemos. Pensei que aquela ideia, surgida numa feijoada, na Cidade Alta de Cordovil, pudesse ser um programa que refletisse um pouco a dura vida daquelas pessoas, além de empregar e trazer para o protagonismo mais atores negros. Basicamente, foi essa a ideia e nem achei que iriam aceitar o programa. Qual é o problema, afinal? É o sexo? São as negas? As negas, volto a explicar, é uma questão de prosódia. Os bahianos arrastam a língua e dizem meu nego, os cariocas arrastam a língua e devoram os S. Se é o sexo, por que as americanas brancas têm direito ao sexo e as negras não? Que caretice é essa? O problema é porque elas são de comunidade? Alguém pode imaginar Spike Lee dirigindo seus filmes fora do seu universo? Que bobagem é essa? Pois é justamente sobre isso que a série quer falar! Sobre guetos, sobre cotas, sobre mitos! Destrinchá-los na medida do possível! Os mitos e lendas que nos são enfiados goela abaixo a vida toda. Da negra fogosa, do negro de pau grande, das mazelas que os anos de colônia extrativista e escravocrata deixaram crescer entre nós."


Globo é autuada após 11 denúncias de racismo contra série

A série "Sexo e As Negas", de Miguel Falabella, só deve estrear na terça-feira, mas já acumula onze denúncias de racismo na ouvidoria da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).

Estereótipos racistas

Instituída pelo Estatuto da Igualdade Racial, a ouvidoria recebe, registra, encaminha e acompanha denúncias de discriminação e racismo, entre outras competências. Assim, ao receber as denúncias o órgão autuou a Rede Globo de Comunicação, em Procedimento Administrativo, nessa quarta-feira, solicitando informações e dando ciência do encaminhamento das acusações ao Ministério Público no Rio de Janeiro para que o órgão adote os procedimentos cabíveis (a exemplo de instauração de procedimento investigativo) caso entenda a ocorrência de alguma irregularidade ou crime.

Em nota, o titular do órgão, Carlos Alberto de Souza e Silva Júnior, informou que “vê com estranheza e preocupação qualquer tipo de manifestação que reproduza estereótipos racistas, machistas, que se alicerce na sexualidade das mulheres negras, ou venha a reforçar ideias de inferioridade dessas mulheres, seja nas artes, no cinema ou nas telenovelas e seriados”.

Para ele, os veículos de comunicação tem papel importante numa sociedade democrática e devem atuar no sentido de garantir os direitos das pessoas independente de sua cor/ raça, crença religiosa ou orientação sexual. “As produções televisivas deveriam refletir a diversidade da população brasileira em todos os seus segmentos, contribuindo para a consolidação de uma sociedade justa, plural e igualitária”, declara.

A assessoria da Globo informou que, até o momento, a emissora não recebeu qualquer ofício questionando o nome ou o conteúdo do programa.

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O Movimento Gospel, com informações Correio do Estado e O Dia.

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